sábado, 23 de março de 2013

PAGANDO A LÍNGUA

Primeira lição: paguei a língua. Até agora Alexandre não se decidiu. Ameaçou, assustou, me enganou. Parecia que vinha com tudo e desistiu.
Me deixou aqui, esperando por ele. Ainda. Ah, menino... Vem pra fora dessa barriga! O mundo aqui fora é lindo, tá cheio de gente que já te ama! Tem vários outros bichinhos, plantas, tem sol!

Vem Alê, vem!

segunda-feira, 18 de março de 2013

ALEXANDRE VEM AÍ

Sempre tive medo de pagar língua. Falar que sabia que algo iria acontecer e depois ter que lidar com a frustração de nada daquilo ser concretizado é uma atitude que tenho evitado desde a infância.
Mas eu vou arriscar. Vou, porque apesar de não poder ter certeza de quase nada nessa vida, tenho palpites.

E eu acho que meu corpo, e não apenas minha ansiedade, está dizendo que o Alexandre vai nascer essa semana. Esse menino vem vindo. E logo terei esse bichinho risonho nos meus braços, do lado de fora da barriga. Eu sinto.

Eu sinto cólicas, eu sinto o peso do moleque forçando, eu sinto o inchaço, sinto uma certezinha sem lógica já que ninguém, ninguém consegue afirmar ao certo porque e como o trabalho de parto começa. Sinto, como uma prepotência de adolescente, que estamos os dois afim de mudar de fase.

Chega de ficar calma e esperar. Chegou a hora de dominar isso tudo, virar mãe.
A hora é agora.