Sempre tive medo de pagar língua. Falar que sabia que algo iria acontecer e depois ter que lidar com a frustração de nada daquilo ser concretizado é uma atitude que tenho evitado desde a infância.
Mas eu vou arriscar. Vou, porque apesar de não poder ter certeza de quase nada nessa vida, tenho palpites.
E eu acho que meu corpo, e não apenas minha ansiedade, está dizendo que o Alexandre vai nascer essa semana. Esse menino vem vindo. E logo terei esse bichinho risonho nos meus braços, do lado de fora da barriga. Eu sinto.
Eu sinto cólicas, eu sinto o peso do moleque forçando, eu sinto o inchaço, sinto uma certezinha sem lógica já que ninguém, ninguém consegue afirmar ao certo porque e como o trabalho de parto começa. Sinto, como uma prepotência de adolescente, que estamos os dois afim de mudar de fase.
Chega de ficar calma e esperar. Chegou a hora de dominar isso tudo, virar mãe.
A hora é agora.