Eu nem sabia, julgava natural essa propriedade, essa sensação de domínio. É pertencer por inteiro a um lugar.
Mas, nesse final de semana, um fenômeno. Todos reunidos para o casamento da minha prima. A única até hoje que casou com pompa e circunstância. Da nossa geração de netos, é claro.
Vieram todos. Aliás, quase todos. E foi uma delícia. Ainda que estivéssemos em uma grande mesa e circulando por todos os lados, éramos e somos "a família de Belo Horizonte" dela.
Porque meus dois primos nunca moraram em BH. Somente férias e festas. Para eles, ir até Belô era como ir ao interior passar o mês com a avó e os primos. Família pequena aqui em São Paulo. Família enorme lá no interior...
Eu sempre vivi com uma família gigante. Porque família não é só mãe, pai, irmãos. São os avós, os tios, os tios-avós, os primos e toda aquela gama de queridos que participaram durante toda a vida dos almoços seguidos de carteado na casa da minha avó. Sauna. Piscina. Torresmo. Caipirinha. Almoço. Riso. Fala alta. E por fim o jogo de cartas. São todas aquelas tias que torcem por nós. Que conheceram cada um dos namorados.
Desde que vim para São Paulo não há opção do almoço na casa da avó. Nada daquela conversa fiada, da comida gostosa, da piscina, desse carinho que é ter aquela estrutura ali sempre de braços abertos.
Ir para longe também dá saudades.