segunda-feira, 12 de agosto de 2013

OS ÚLTIMOS DIAS


Meu pequeno, eu quero te colocar na melhor escola. Eu quero te dar a melhor base, a melhor rotina, o maior carinho. Mas o que tenho e o que posso, é o que darei. Dentre todas as opções que tenho, vou tentar escolher a melhor. Mas se eu errar, eu vou tentar mudar.

Alexandre, eu te amo e já estou com saudades dos nossos dias intensos juntos, agarrados. 

domingo, 11 de agosto de 2013

EU CHORO SIM E ESTOU VIVENDO

Quando nascemos nossa única forma de nos comunicar é através do choro. Não sabemos rir, só chorar. E com o tempo aprendemos tantas coisas. Gargalhar, andar, falar. E vamos esquecendo o essencial, o que já nascemos sabendo. Esquecemos como chorar.

Chorar não é só de tristeza, pode inclusive ser de alegria. Chorar é se comunicar com o nosso íntimo. É colocar as emoções, as necessidades da alma, pra fora. É ser humano.

Por isso, eu choro. Transbordo.

sábado, 27 de julho de 2013

UM DIA QUALQUER

Alexandre completou quatro meses. Minha licença maternidade acabou e agora estou gozando minhas férias. Ou o último suspiro antes da dura realidade.

A verdade é que ser mãe realmente muda tudo. A gente repensa todas nossas prioridades. Nossas maiores alegrias são outras. O nosso tempo vale ouro!

Esse primeiro momento da maternidade, quando a relação com o bebê é quase de fundir ou ser um só, não dura apenas quatro meses. Não sei se estou pronta para voltar a me dedicar a qualquer outra coisa. É muito doloroso pensar em deixar aquele pequeno fofo ser e voltar a trabalhar oito, dez horas por dia. É quando cai a ficha que nossas jornadas de trabalho são desumanas, nos afastam dos nossos filhos, pais, sonhos, projetos e prazeres.

E hoje, num dia lindo qualquer, eu estava rodeada de queridos amigos, céu azul, grama, almoço maravilhoso e o marido de uma amiga me indagou sobre o que eu fazia. Você sempre quis ser uma editora chefe de revista? Eu gosto muito do que faço. Ah, meu sonho? Eu queria pintar. E o mercado de arte em São Paulo é restrito? É amplo, mas fechado, precisa de dedicaçåo. Tempo.

Dedicação.

Dedicação. Tempo. Amor. Satisfação.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

A MELHOR AVÓ DO MUNDO

A minha avó é a melhor avó do mundo. Ela nunca foi aquela típica vovozinha que fazia quitutes. Não era frágil, era forte. Minha avó era uma mulher incrível, ela trabalhou como assistente social quando jovem e chegou a ganhar mais que meu avô. Ela era "motorizada" e guiou até pouco tempo um Landau. Ela fazia as pessoas na rua virarem o pescoço para vê-la.

Viajávamos de Landau, e no caminho, contávamos quem via mais vaquinhas. Minha avó assistia Corujão comigo. Me levava para comer cachorro quente prensado no "O Comilão". Ela adorava o cinema. Minha avó me ensinou a tricotar, cuidou de mim quando tive febre, fez café com leite de madrugada. Minha avó não fazia quitutes, mas na sua casa comemos incontáveis e memoráveis pernis, lombos, feijoadas, torremos, arroz-dourado. No meu aniversário ela sempre lembrava de mandar fazer meu prato preferido.

Foi minha avó Helena, que carinhosamente apelidamos de Afa, quem plantou a mangueira que adoçou praticamente todas minhas férias de verão. Meu irmão e meus primos nos fartávamos de manga Ubá. Passávamos o mês entre a piscina e a magueira.

Essa avó incrível era cheia de energia, de opinião, de presença. Jogava tênis aos sessenta anos, e enquanto o país vibrava com o futebol, ela torcia pro Guga. A minha melhor avó do mundo me incentivava. Estava sempre por perto. E quando comecei a pintar, ela comprou quadros. Para enfeitar a casa dela e até presentear.

Da minha avó eu sempre enchi o peito pra falar. Meu exemplo. Minha xará.

Enquanto vários pais nem sabiam o que era internet, minha avó já usava o skype para falar com os netos. Ela e suas irmãs sempre foram minha referência de sábado, de união, presença, amizade e lealdade.

A minha avó era a melhor do mundo, e hoje, ela foi embora. E deixou saudade. E meu filho um dia vai ouvir as histórias da bisavó dele, Helena josephna Pimenta Campos Cortez, um Mulherão!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

ELE VEIO

Ah, Alexandre... Seu fofo! Dia 24 de março, domingão, você resolveu dar as caras e o corponho inteiro. Que alegria, nasceu grande e gordinho: 3,6 kg e 52 cm. Delicioso, apaixonante desde o primeiro instante.

E aí, desde esse momento o que me restou foi cuidar de você. Função que estou amando, apesar de ficar exausta.

Os gatos ficaram enciumados e carentes, mas entenderam que você ainda é um filhotinho e precisa de atenção, cuidados, leitinho.

Bem vindo, meu amor. Que essa vida seja cheia de alegria e felicidade. Que você seja saudável e inteligente para aproveitar a existência. Te amo.

Beijos da mamãe.

sábado, 23 de março de 2013

PAGANDO A LÍNGUA

Primeira lição: paguei a língua. Até agora Alexandre não se decidiu. Ameaçou, assustou, me enganou. Parecia que vinha com tudo e desistiu.
Me deixou aqui, esperando por ele. Ainda. Ah, menino... Vem pra fora dessa barriga! O mundo aqui fora é lindo, tá cheio de gente que já te ama! Tem vários outros bichinhos, plantas, tem sol!

Vem Alê, vem!

segunda-feira, 18 de março de 2013

ALEXANDRE VEM AÍ

Sempre tive medo de pagar língua. Falar que sabia que algo iria acontecer e depois ter que lidar com a frustração de nada daquilo ser concretizado é uma atitude que tenho evitado desde a infância.
Mas eu vou arriscar. Vou, porque apesar de não poder ter certeza de quase nada nessa vida, tenho palpites.

E eu acho que meu corpo, e não apenas minha ansiedade, está dizendo que o Alexandre vai nascer essa semana. Esse menino vem vindo. E logo terei esse bichinho risonho nos meus braços, do lado de fora da barriga. Eu sinto.

Eu sinto cólicas, eu sinto o peso do moleque forçando, eu sinto o inchaço, sinto uma certezinha sem lógica já que ninguém, ninguém consegue afirmar ao certo porque e como o trabalho de parto começa. Sinto, como uma prepotência de adolescente, que estamos os dois afim de mudar de fase.

Chega de ficar calma e esperar. Chegou a hora de dominar isso tudo, virar mãe.
A hora é agora.

sábado, 5 de janeiro de 2013

GRAVIDEZ É MOLEZA......

Mas não se engane... moleza é a sensação que mais senti em toda a gravidez. Moleza, muita moleza. Sono, cansaço, lombeira, exaustão.

Nos últimos meses estive mais bem disposta, mas aquela sensação de animação, tipo uhuuuu, faz tempo que não sinto. Aquela adrenalina e aquela disposição das aulas de patins, memória longínqua.

Agora estou no sétimo mês, sinto que comecei a ter olheiras. Mas gentilmente todos insistem em dizer que estou uma grávida linda. Mas essa questão de beleza na gravidez é outra coisa estranha. Você pode ficar linda como a mãe dos outros, como a mulher do amigo, irmã, fofa, sabe? Essas coisas. Sex appel zero. Sexy, nem tenta. É por isso que os babadinhos reinam. Se não pode vencê-los, juntem-se a eles.

E digo mais, a vida muda antes mesmo de mudar. A perspectiva da mudança já te deixa daquele jeito, pensativa, refletindo, mas sem conseguir pensar demais. Porque essa ação é outra que fica prejudicada. É amigas, não tenho dúvidas que ter um filho é experimentar algo inédito, e talvez essa lerdeza mental seja proposital para as grávidas não surtarem de pânico e ansiedade. Imagine conseguir pensar, mas não conseguir se mover? A natureza é sábia.

Bjos

Helena Cortez