Fervia lá fora. E meu namorado também. 38,5 graus de febre. Saí para comprar Novalgina. Na farmácia deixei escapar: "Se pelo menos a febre baixar. Depois o levo para o hospital." A caixa interviu: "Seu filho?" "Não não, meu namorado. Mas está parecendo uma criança." "Os homens quando adoecem ficam todos assim."
Segui resignada. Se soubesse como cuidar dele seria mais fácil. Mas não sou médica. E nessas horas tentamos nos lembrar de todos os conselhos que ouvimos na vida. Põe agasalho para suar. Não, tira para não esquentar mais. O que era mesmo para fazer?
Não consegui domar a temperatura e resolvemos então nos render ao pronto-socorro. Ele batia o queixo de frio.
Chegamos lá, ameaçaram interná-lo. Ficou em observação. Antibiótico na veia. Suspeita de amigdalite. Coleta de sangue. E eu, fiquei ali, pela primeira vez na vida, ao lado de um leito. É terrível ver quem amamos sofrer.
Nos leitos vizinhos, pessoas adoentadas. Uma mulher ao lado de um homem quieto. Eletrocardiograma ligado. Não trocaram uma palavra. Ao lado deles, uma mãe e a filha. Ela oscilava entre a idade que aparentava 19 anos e a sua idade mental de criança. Tossia, e queria a mãe. Gemia. Ao nosso lado, uma senhora chegou com uma enxaqueca monstruosa. O marido, um senhor de barbas a fazia companhia lendo jornal. E ainda uma senhora que acabara de sofrer um avc. Um senhor com o rosto enfaixado que contava à mãe que estava bem, e a mulher dizia à sogra que ele teria que operar o nariz.
Enquanto isso, o sol descia, e a sua temperatura também. Ainda bem.
ps. ele já melhorou mas não sarou. Mas já sara!
2 comentários:
Nossa helena!!
Cuide dele direitinho, melhoras-...bjs
tadinho, né?
Mas ele já tá quase bom :-)
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