A Tam se esforçou tanto para tirar do nosso imaginário aquele terrível acidente de 1996. Já se passaram mais de dez anos e aquele dia continua fresco na nossa lembrança. Se nós brasileiros temos memória curta, por que nos lembramos disso como se tivesse sido anteontem?
Ontem não dava para ser. Ontem foi o dia de um acidente tenebroso. Enorme. Um airbus cheio de gente carbonizada queimava num fogo eterno dentro do galpão, mais parecia uma enorme caldeira crematória. Talvez o próprio inferno.
Quantas desgraças temos vivido. Desde tormentos que não matam como os atrasos aéreos. A desgraças como o buraco do metrô, de enormes proporções mas que matou muito menos. Por isso com o tempo podemos até chegar a esquecê-lo. Ou não. O ataque do PCC que nos deixou confinados em nossas próprias casas morrendo de medo. O acidente da Gol. A guerra diária pelas maiores cidades do país.
O ser humano é definitivamente abalado pela morte. E pelas mortes. Nosso 11 de setembro vem em pedaços, em pequenas etapas, e nem por isso menos cruel.
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