Eu não gosto de chorar. Mas choro.
Sorrio bem mais, é verdade. Beeem mais.
O mais bonito dos choros é o de alegria. Convenhamos, ser alegre é melhor que ser triste. E chorar a chegada de um filho, a conquista de uma medalha, um presente, uma festa surpresa, uma lembrança, um bilhete premiado, o casamento – naquele dia temos certeza que seremos felizes para sempre –, cada conquista enfim, é equivalente a dezenas de gargalhadas. O riso e o choro nessa hora estão tão juntos que eles coexistem. É fácil perceber, quem chora feliz tem no rosto aquele sorriso sincero e largo.
Mas existem também vários outros tipos de choro, com grau e densidade diferentes. Choros leves, como aqueles que vem com a tpm. Do tipo "cenas de novela me faz chorar". Ou aquele contido, levinho quase sem barulho, mas que vem lá do fundo! É da tristeza que parece tão grande dentro da gente que as lágrimas transbordam gordas, redondas sem hora para acabar.
Quando a gente machuca feio, ou quando machucamos alguém, quando erramos e perdemos o gol, quando estamos com tanta tanta tanta raiva que ela vira lágrima... O corpo chora quando temos espasmos de emoção. Muita emoção concentrada. Ficamos meio descontrolados. Ou será descontroladas? Não não, homem também chora. E se não chora, deveria. Porque tirar tantos sentimentos ruins de dentro da gente só nos faz bem.
Choramos de indignação. E quando somos humilhados. Esse choro é terrível de se ver. É como sentir a dor de uma estaca cravando no seu peito por baixo de todas as armaduras que criamos ao longo da vida. Mas o pior de todos é o choro da dor. É esse que os parentes e amigos do passageiros do fatídico vôo derramaram. E que tantos vertem todos os dias. É quando o amor acaba, quando a pessoa querida não está mais aqui, quando o sentimento de dor e perda é tão forte que o choro é inevitável. As vezes é um lamento, só faz barulho, outras vem com lágrimas. Vale tudo para conseguir tirar aquele nó, aquele vazio de dentro da gente.
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