domingo, 17 de fevereiro de 2008
TROPA DE ELITE (AS REAÇÕES)
As reações ao filme têm sido apenas 3.
1- A do grande público, acostumado a produções americanas que desde os anos 80 dividem os roteiro entre mocinhos e bandidos, que tende a se simpatizar pelo Bope e negar a polícia militar, com a qual tem contato direto. A corrupção que o público vê na cara e repudia. Já a tortura do Bope é focada em ações específicas que os espectadores não vivem. Diante da violência diária, simplesmente não percebem que o uso da violência no combate à mesma não é o melhor caminho. São simplistas. São contra a ação da polícia e por isso pró-Bope.
2- Os consumidores de drogas sentem novamente a responsabilidade pela violência gerada pelo narcotráfico. Assim como Cidade de Deus mostrou essa mesma situação há anos atrás. Só que o sentimento de culpa não gera mudança. Me pergunto se as drogas fossem legalizadas, a responsabilidade estaria na mão do consumidor? Claro que não. E porquê não são legalizadas?? Porquê gera dinheiro para o colarinho branco. O Estado poderia investir o dinheiro contribuído nos impostos do comércio das drogas para fornecer educação, saúde, dignidade e clareza para a população, consumidora ou comerciante. Negar uma necessidade histórica do homem gera violência, tráfico, contrabando e essa bandidagem que estamos todos cansados de ver.
3- A das pessoas sensíveis o suficiente para se chocarem com a tortura no Tropa de Elite. Mas, ao invés de analisar o papel do filme como denúncia, decidiram colar um rótulo dizendo que o filme é pró-Bope e pró-tortura. Pessoas capazes de se chocar, mas incapazes de perceber que o filme não tem mocinho e bandido, mas o cotidiano do Rio de Janeiro. Denunciar numa história bem contada, bem produzida não é compactuar com a violência. É preciso pensar mais 10 minutos. Um pouco mais de análise. O assunto existe e deve ser debatido. Não a qualidade indiscutível do filme.
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Um comentário:
O filme é bom, sim. E foi equivocadamente preterido na corrida pelo Oscar.
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